Fato Nº 30

O Genocídio Armênio foi formalmente reconhecido por muitos parlamentos, governos, chefes de estado, assim como acadêmicos e organizações acadêmicas e sem fins lucrativos

Desde os anos 1960, uma das atividades centrais das comunidades da diáspora armênia organizadas em todo o mundo tem sido para marcar publicamente o Genocídio Armênio em seus países. Isso pode abranger qualquer aspecto: desde um discurso de um político, ter um conselho local ou parlamento nacional que adote uma resolução, comícios, estabelecer espaços públicos, monumentos, museus ou instituições de pesquisa que lidam com o Genocídio Armênio.

O país que estabeleceu o precedente de ter a aprovação do Parlamento nacional a uma resolução sobre o Genocídio Armênio foi o Uruguai, em 1965, seguido pelo Chipre em 1982. O Congresso dos Estados Unidos, por sua vez, aprovou duas declarações – Resolução Conjunta 148 em 1975 e Resolução Conjunta 247 em 1984 – que declaravam o 24 de abril daqueles anos como o “Dia Nacional da Memória da desumanidade entre os homens”, autorizando e solicitando que o presidente “emitisse uma proclamação convidando o povo dos Estados Unidos para [que] olhasse para aquele dia como um dia de lembrança à todas as vítimas de Genocídio, especialmente as de ascendência armênia, que sucumbiram ao Genocídio perpetrado em 1915, e em cuja memória esta data é rememorada por todos os armênios e seus amigos em todo o mundo “.

O presidente dos EUA, Ronald Reagan, por sua vez, marcou o Holocausto judeu em abril de 1981 com um discurso que incluía a seguinte frase: “Assim como o Genocídio dos armênios, ocorrido antes, e do Genocídio dos cambojanos que aconteceu logo após – e como também muitas outras perseguições de muitos outros povos – as lições do Holocausto nunca devem ser esquecidas”. Kenneth L. Khachigian, um armênio-americano e redator dos discursos de Reagan na época, garantiu que tanto o Conselheiro de Segurança Nacional e seu vice aprovassem esse discurso.

Por que a precaução? Porque só de usar essa palavra – Genocídio – desperta todos os tipos de reações na Turquia, com possíveis consequências diplomáticas e econômicas. Tem sido assim desde a independência da Armênia em 1991, em que muitos outros parlamentos nacionais aprovaram resoluções reconhecendo e condenando o Genocídio Armênio – Argentina, Rússia, Canadá, Grécia, Líbano, França, Eslováquia, Suíça, Polônia, Chile, entre outros. Vários organismos europeus também têm o feito, assim como o Vaticano. Um relatório da ONU sobre as minorias, em 1985, menciona o Genocídio Armênio. Os estudantes da Associação Internacional do Genocídio aprovaram uma resolução em 1997 sobre o Genocídio Armênio, assim como a Associação dos Direitos Humanos da Turquia (diviso de Istambul) em 2006. Estas e muitas outras organizações concordam que um Genocídio do povo armênio aconteceu nos anos finais do Império Otomano, ao lado de um grande número de outros organismos governamentais e não-governamentais, bem como personalidades.

Voltando aos EUA, ainda não estão com uma política federal dos Estados Unidos que afirme o Genocídio Armênio. Presidentes norte-americanos tendem a fazer uma declaração rememorativa em torno do 24 de abril de cada ano, enquanto certificam-se de evitar o uso da “palavra-g”. Ainda assim, nota-se que as câmaras ou governadores de 43 dos 50 estados reconheceram oficialmente o Genocídio Armênio através de resoluções e declarações, principalmente durante os anos 1990 e 2000.


Referências e Outras Fontes

1. Armenian National Institute. “International Affirmation of the Armenian Genocide
2. Vartan Matiossian. “Word Atrocities: Of Little Phrases and Great Crimes”, The Armenian Weekly, September 27, 2013
3. Wikipedia: “Armenian Genocide recognition


Artigo Original


Legenda da Imagem

Comemorações em Volgograd, Rússia, em 2012, incluindo as bandeiras de países que reconheceram o Genocídio Armênio e das Nações Unidas


Atribuição e Fonte

Por Grig24 (Own work) [CC-BY-SA-3.0], via Wikimedia Commons


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