Fato Nº 26

Armênios foram os primeiros a adotar o cristianismo como religião nacional, em 301 dC

A pátria armênia não é muito longe, em termos geográficos, da Terra Santa, onde Jesus pregou e foi crucificado. Na verdade, há ainda a tradição do rei Abgar de Edessa (mais tarde Urfa, na Turquia Şanlıurfa hoje) trocar uma carta com Jesus, convidando-o para visitar e realizar suas maravilhas lá. Jesus promete enviar alguém de entre os seus seguidores. E, de fato, depois dos eventos registrados na Bíblia, dois dos apóstolos – Tadeu e Bartolomeu – são responsáveis por difundir o Evangelho para o norte, na Anatólia, Ásia Menor, e para as montanhas do Cáucaso.

Demorou alguns séculos, no entanto, para o cristianismo pegar. Ele foi perseguido nesse meio tempo, em especial no âmbito do Império Romano e também no reino da Grande Armênia, em qual o governante usava a sua própria coroa, embora muito intimamente ligado ao império. O rei Tiridates III (como ele é conhecido pelo seu nome ocidentalizado, e chamado Trdat ou Drtad em armênio), educado em Roma, decretou que os seguidores de Cristo não eram livres para manter sua religião em terra sob seu domínio, estando sujeitos a castigos, torturas, e afins. Ele é conhecido por o martírio das freiras Hripsime e Gayane e ao grupo que elas levaram fugidos de Roma para escapar das perseguições do imperador Diocleciano.

Um adorador de Cristo foi um homem chamado Gregory, de uma casa nobre, uma família que por sua vez havia tido relações com o reinado de Tiridates por razões políticas. Gregory recebeu sua educação em Cesaréia (Kayseri, na Turquia hoje) onde depois foi ordenado bispo. Ele eventualmente ofereceu seus serviços ao rei da Armênia, mas sua linhagem e religião foram descobertos. Recusando-se a se curvar diante do rei e sua corte, foi enviado à Khor Virap – uma “masmorra profunda”, hoje local de uma igreja – onde foi mantido por 13 anos. As tradições contam de visitações angélicas e assistências em segredo de cristãos e pagãos para mantê-lo vivo durante esse tempo.

Quando o rei Tiridates adoeceu e não pôde ser ajudado por ninguém do reino, a responsabilidade foi passada para sua irmã, Khosrovidoukht, que tinha tido uma visão de que tinha que libertar Gregory e deixa-lo curar o rei através da oração. Como resultado, Tiridates foi convertido ao cristianismo – e fez todo o reino fazer o mesmo. São Gregório, o Iluminador, como ele é conhecido agora (Sourp Grigor Lousavorich na pronúncia do leste armênio, Sourp Krikor Lousavorich no Oeste), serviu como o primeiro Catholicos, o chefe da Igreja Armênia, dando início a um importante ponto de virada na história da Armênia.

Alguns elementos desta história têm mais valor tradicional do que rigorosa exatidão histórica. A data da conversão armênia – 301 AD – é também um assunto do qual existem questionamentos. Considera-se que o Império Romano permitiu publicamente o culto cristão cerca de dez anos após essa data. Em todos os casos, a tradição aceita que os armênios foram os primeiros povos a adotar o cristianismo como uma religião nacional, e esse aspecto continua a ser uma marca da identidade armênia até hoje.


Referências e Outras Fontes

1. The Armenian Church, Mother See of Holy Etchmiadzin. “Official Adoption
2. Steven Gertz. “How Armenia ‘Invented’ Christendom”, Christian History, January 1, 2005
3. Wikipedia: “Armenian Apostolic Church
4. Wikipedia: “Abgar V


Artigo Original


Legenda da Imagem

O interior de uma das inúmeras igrejas armênias em todo o mundo nomeadas para São Gregório, o Iluminador, esta em Cairo, no Egito.


Atribuição e Fonte

Por Alfred Khazarian (Own work) [CC-BY-SA-3.0 ou GFDL], via Wikimedia Commons


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