Fato Nº 68
Armin Wegner fotografou o que ele viu em 1915
Armin Wegner tinha paixão por se expressar desde jovem. Seus primeiros textos datam da sua adolescência, quando sua experiência de vida alimentava um “desejo profundo por desvendar os mistérios das coisas”.
Nascido em 1886 em uma antiga família de origem nobre da Prússia, Wegner serviu nas forças armadas alemãs incorporadas ao Exército Otomano durante a Primeira Guerra Mundial. Ele foi destacado para as rotas das marchas da morte de 1915 e começou a documentar – por meio de fotografias – os deportados, refugiados e sobreviventes que iam rumo ao deserto da Síria oriundos de suas terras na Anatólia. As fotografias de Wegner consistem em alguns dos mais valiosos registros do genocídio armênio, servindo como elementos visuais importantes para as gerações seguintes, tanto para propósitos acadêmicos, quanto para o público geral.
O trabalho de Wegner não agradou seus superiores. Ele foi mandado de volta à Alemanha e algumas de suas fotografias foram destruídas, enquanto muitas outras foram extraviadas. Mas Armin Wegner não ficou apenas nas fotografias. Ele se pronunciou durante a Conferência de Paz de Paris após a Guerra por meio de uma carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, reivindicando apoio aos armênios.
Os anos 1920 foram produtivos e agitados para Wegner. Ele viajou para a recém-criada URSS, incluindo para a Armênia Soviética, e se tornou um escritor de renome. Ele também foi testemunha durante o julgamento de Soghomon Tehlirian, jovem que matou o líder otomano Talaat Paxá em Berlim no ano de 1921.
O ativismo de Armin Wegner não ficou apenas nos armênios, afinal, ele vivia no país que logo seria tomado pelo fascismo, por uma nova guerra e pelo Holocausto. Wegner escreveu uma carta para Hitler, o que fez com que ele fosse preso e torturado. Ele conseguiu fugir para a Itália, onde viveu o resto da vida até falecer em Roma em 1978.
Wegner foi reconhecido como um “Justo entre as Nações” em Israel e também recebeu a Ordem de São Gregório Iluminador das mãos do Catholicós de Todos os Armênios em 1968, além de outras honrarias. Uma parte de suas cinzas está depositada no Memorial do Genocídio Armênio em Yerevan.
Para ter uma amostra das fotografias de Wegner nos tempos do genocídio, visite as páginas a seguir, do Armenian National Institute em Washington, DC e do Armenian Genocide Museum-Institute em Yerevan:
Armenian National Institute. “Armenian Deportees: 1915-1916, Photographed by Armin T. Wegner”
The Armenian Genocide Museum-Institute. “Photos of Armenian Genocide”
Referências e Outras Fontes
1. Yad Vashem, The Righteous Among The Nations. “Armin T. Wegner”
2. “New Historical Novel on Armin T. Wegner Launched at Frankfurt International Book Fair”, The Armenian Weekly, November 4, 2014
3. Armin T. Wegner Gesellschaft, e. V. (em Alemão)
4. Armin T. Wegner Society of USA
5. Wikipedia: “Armin T. Wegner”
Artigo Original
Legenda da Imagem
Armin Theophil Wegner (1886-1978)
Atribuição e Fonte
[Public domain], via Wikimedia Commons