Fato Nº 3

A presença armênia na América do Norte data de 1618.

Um dos elementos mais importantes do mundo armênio é a diáspora armênia, e os armênios dos Estados Unidos e Canadá estão entre as comunidades mais ativas espalhadas por todo o planeta.

Os primeiros registros datam de “Martin, o armênio”, que foi trazido para a colônia de Jamestown, Virgínia, em 1618. Mais dois armênios foram convidados nas décadas seguintes a experimentar a criação de bicho-da-seda no Novo Mundo. Embora haja mais evidências de indivíduos durante os anos de 1600 e 1700, os armênios não formaram comunidades organizadas em massa através do Atlântico antes do meio para fim do século XIX, virada para o século XX. O trabalho missionário americano no Império Otomano promoveu a educação ocidental no país de origem; os mais antigos armênios que chegaram aos Estados Unidos demograficamente na verdade eram estudantes que procuravam faculdades e universidades.

Há um único registro existente de um armênio que participou na Guerra Civil, Khachadour Garabedian, lutando pela União como engenheiro na Marinha, que veio na década de 1850 e trabalhou em uma fábrica em Massachusetts. Foi, naturalmente, a oportunidade econômica que também serviu como um grande atrativo para muitos que faziam a migração. Ao mesmo tempo, com o aumento das tensões, massacres e, finalmente, o Genocídio Armênio, que fez com que muitos armênios fugissem de suas casas ancestrais e formassem comunidades em Massachusetts, Pensilvânia, Nova York, New Jersey, Ontário, Michigan, e todo o caminho até a Califórnia, entre a década de 1890 até meados de 1920.

Worcester, em Massachusetts, com suas fábricas, e Fresno, na Califórnia, com seus campos, são particularmente conhecidos como centros iniciais da imigração armênia. Eles continuam sendo o lar de comunidades armênio-americanas. Os “meninos de Georgetown” por sua vez oferecem outro exemplo de movimento armênio para a América do Norte: eles eram um grupo de órfãos do Genocídio trazidos e criados em uma fazenda em Georgetown, Ontário, cuidada pela Associação de Socorro Armênia do Canadá. Montreal serve como um importante centro armênio no Canadá hoje, assim como Toronto, Vancouver, Calgary, e outras cidades que também são o lar de comunidades armênio-canadenses grandes e pequenas.

Ondas subsequentes de imigração ocorram no século XX enquanto regimes cresciam e caiam em Beirute, Damasco, Cairo, Jerusalém, Bagdá, Teerã e, por fim, Moscou e Yerevan (assim como Baku) – muitos armênios da ex-União Soviética se juntaram aos seus compatriotas do Atlântico para a costa do Pacífico ao longo das últimas duas décadas. O sul da Califórnia em particular é conhecido por ter a população armênia mais diversa. Não é impossível encontrar jovens armênios de Los Angeles hoje em dia com quatro avós ligados a quatro continentes diferentes.

Uma longa lista de indivíduos proeminentes e bem sucedidos de ascendência armênia na América do Norte podem ser citados, desde conhecidos canadense-armênios como o cantor infantil Raffi e o famoso fotógrafo Yousuf Karsh, até figuras armênio-americanas como o inventor do scanner de ressonância magnética Raymond Damadian, a atriz Andrea Martin, a primeira mulher chefe mestre suboficial na Marinha dos EUA e mais tarde oficial da CIA Anna Der-Vartanian, o artista Arshile Gorky, o ex-secretário da Marinha Paul Ignatius, o tenista Andre Agassi, sem mencionar William Saroyan, cujas palavras foram comemoradas por armênios e americanos tanto em décadas passadas quanto para autores conhecidos hoje, como Peter Balakian e Chris Bohjalian – e muitos, muitos outros que deixaram suas marcas em uma grande variedade de áreas.

O Projeto 100 Anos, 100 Fatos terá postagens futuras sobre armênios importantes em várias áreas, incluindo as artes e entretenimento, política, negócios, ciência e mundo dos esportes.


Referências e Outras Fontes

1. Dennis Papazian. “Armenians in America”, originally published in Het Christelijk Oosten 52, No. 3-4 (2000), pp. 311-347
2. Isabel Kaprielian-Churchill. “Armenians”, The Canadian Encyclopedia
3. Pamela E. Apkarian-Russell. Armenians of Worcester. Arcadia Publishing, 2000
4. Berge Bulbulian. The Fresno Armenians: History of a Diaspora Community. The Press at California State University Fresno, 2000
5. Stepan Partamian. Yes, We Have: Contributions of American-Armenians to the United States of America. Armenian Arts Fund, Inc., 2009
6. Martha M. Boltz. “The Civil War’s only Armenian soldier to be honored” , The Washington Times Communities, September 20, 2011
7. Amber Lynn Daniel. “Navy’s First Female Master Chief Petty Officer Laid to Rest at Arlington”, U.S. Navy, November 30, 2011
8. Wikipedia: “Armenian American
9. Wikipedia: “Armenian Canadian


Artigo Original


Legenda da Imagem

A primeira igreja armênia tradicional na América – Worcester, Massachusetts, 1891; uma casa protestante armênia de adoração na mesma cidade data de uma década antes.


Atribuição e Fonte

University of Minnesota, Center for Holocaust & Genocide Studies. “Early Religions & Christianity” via Wikimedia Commons.


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